De acordo com informações do Broadcast publicadas no Estadão, os empresários fizeram uma apresentação denunciando as empresas citadas. Elas operam no modelo de cross border, facilitando a importação de produtos por pessoas físicas.
Na “plateia”, estavam Bolsonaro, Paulo Guedes, ministro da Economia, senadores e membros do alto escalão do governo. O assunto chegou também à Procuradoria Geral da República (PGR).
Grupo quer que cliente pague imposto na hora da compra
O projeto é que as normas tributárias sejam alteradas. Assim, o consumidor de Shopee, AliExpress e outros marketplaces pagaria os impostos de importação no momento da compra, e não quando o produto passa pela Receita Federal.
Não é o primeiro movimento do tipo. Em janeiro de 2022, uma reportagem da revista Veja disse que Magalu e Havan pretendiam que o governo taxasse as importações de produtos ilegais da China.
O material apresentado a Guedes e Bolsonaro também traz denúncias do que chama “engenharia de como burlar a Receita”.
Revenda de importados também está na mira
O grupo reclama não apenas da importação feita diretamente pelo consumidor, mas também a revenda posterior desses produtos nos marketplaces.
Shopee e Mercado Livre são acusados de não se responsabilizar pelos itens comercializados em suas plataformas. Ambas permitem vendas de pequenas quantidades apenas com o CPF, sem precisar abrir empresa.
Associações apoiam iniciativa de Havan e Multilaser
O grupo conta com o apoio de associações industriais brasileiras, como a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e a Associação Nacional dos Fabricantes Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).
O Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade também faz parte do conjunto.
O que dizem as empresas
Ao Broadcast, o Shopee relata que não foi notificado por nenhum órgão do governo. A empresa afirma operar em conformidade com as leis locais e cobrar que os vendedores também estejam.
Ricardo Lagreca, diretor jurídico do Mercado Livre, rebate: para ele, a empresa não deveria estar neste documento. Lagreca menciona a formalização de 135 mil vendedores desde 2020, o recolhimento de R$ 2,5 bilhões de impostos no ano passado e o investimento de US$ 100 milhões para coibir a comercialização de produtos falsificados.
O AliExpress afirma respeitar as leis de cada país em que atua e que os vendedores internacionais assumem o compromisso de informar valores e descrições dos produtos. A companhia informa que monitora as regras impostas aos comerciantes usando inteligência artificial e um departamento dedicado à investigações.
Wish e Shein não têm assessoria de imprensa no Brasil e não responderam os pedidos do Broadcast.
Nossas Redes Sociais