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Quanto vale seus dados no mercado negro da Deep Web ?

Para você, seus dados são valiosíssimos. Ver informações particulares circulando pela rede pode lhe render um grande prejuízo. Mas quanto esses dados valem para os cibercriminosos? De acordo com um levantamento da Kaspersky, por apenas US$ 0,50 centavos, um criminoso pode comprar um login roubado ou vazado.

Se estiver disposto a pagar um pouco mais, a partir de US$ 6, é possível ter acesso a passaportes escaneados ou detalhes de cartões de crédito. O cardápio do cibercrime, coletado a partir de dez fóruns e mercados clandestinos online, ainda inclui documentos acompanhados de selfies (US$ 40 a 60), prontuários médicos (US$ 1 a US$30) e até contas de bancos digitais ou de PayPal (US$ 50 a US$ 500).

Os detalhes da pesquisa estão no relatório “Dox, roubo, revelação. Onde seus dados pessoais vão parar?“. Dados da carteira de identidade, os mais baratos, servem para a criação de contas em aplicativos de serviços, ou para obter acesso a outras informações confidenciais que podem ser usadas posteriormente para fins criminosos.
Credenciais de acesso a serviços, como plataformas de streaming, estão entre os dados mais baratos de acordo com o levantamento. Imagem: Kaspersky/Reprodução

As selfies com documentos são usadas em esquemas complexos, como programas “Conheça Seu Cliente” (KYC, em inglês), que exigem verificação de identidade para várias operações. “Por exemplo, as bolsas de criptomoeda empregam essa prática para evitar a lavagem de dinheiro. Algumas redes sociais exigem selfies com documentos quando os usuários precisam recuperar o acesso à conta. Já alguns bancos pedem que funcionários tirem fotos como essas ao entregar cartões de crédito na casa dos clientes”, explica a Kaspersky.

Para além da fraude online, os dados também são utilizados em ameaças do tipo doxing: quando as informações são usadas para constranger, agredir ou colocar a pessoa atingida em perigo. “Algumas pessoas têm maior probabilidade de serem vítimas de doxing, como jornalistas, influenciadores digitais, ativistas, advogados, profissionais da indústria do sexo e policiais”, explica Fabio Assolini, analista de segurança sênior da Kaspersky no Brasil.

Mulheres, em particular, são algumas das principais vítimas desse tipo de crime. “Para as mulheres, o doxing pode representar ainda ameaças e abusos verbais. Para os policiais, também significa perigo direto para sua segurança física. Não raras vezes, o doxing pode levar as pessoas a ter de abandonar os seus empregos”, completa o executivo.

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