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Implantes wireless permitem que pacientes paraplégicos voltem a andar - Pplware

PPLWARE · 
Vítor M. · November 4, 2018
Com recurso à neurotecnologia, três pacientes com paralisia total nas pernas conseguiram voltar a andar. Foi utilizado um tratamento que recorre a um implante wireless que estimulou eletricamente as suas medulas espinais.
A tecnologia e a ciência dão passos firmes no desenvolvimento de técnicas capazes de corrigir problemas graves na saúde humana. Este é um avanço significativo para recuperar pacientes paraplégicos.
Três pacientes, que estiveram envolvidos neste projeto, foram submetidos a alguns treinos durante vários meses. Os três paraplégicos sofreram sérios danos na coluna vertebral há alguns anos e passaram a caminhar de novo com recurso à estimulação elétrica das suas medulas espinhais, recorrendo a um implante wireless.

STIMO – Stimulation Movement Overground

Cientistas suíços do Hospital Universitário de Lausanne (CHUV) e da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), desenvolveram um tratamento de estimulação elétrica epidural dirigida (EES) e terapia assistida por peso, chamada STIMO (Stimulation Movement Overground), que restaurou o movimento muscular suficiente em pacientes paraplégicos para que estes pudessem.
Segundo os responsáveis do projeto, os cientistas suíços Grégoire Courtine e Jocelyne Bloch, foi utilizado “um gerador de impulsos implantado, com capacidades de disparo em tempo real”, os três pacientes receberam explosões elétricas de “estimulação espacialmente seletiva”, visando regiões específicas, ligadas ao cérebro, conforme os movimentos musculares desejados.

Compreensão profunda dos mecanismos

As descobertas são baseadas numa profunda compreensão dos mecanismos subjacentes que são adquiridos através de anos de investigação em modelos animais. A partir daí, os cientistas foram capazes de imitar em tempo real como o cérebro naturalmente ativa a medula espinhal.
O desafio maior dos pacientes foi aprender a coordenar as intenções do cérebro com a estimulação elétrica para fazer movimentar músculos. Mas isso não demorou muito.
Após este procedimento, passado uma semana todos os pacientes estavam a andar, usando o suporte de peso corporal. Para isso, é crucial perceber o momento exato e a localização da estimulação elétrica, para restaurar a capacidade do paciente de produzir um movimento pretendido.
Depois de alguns meses, os participantes recuperaram o controlo voluntário sobre os músculos anteriormente paralisados sem estimulação, e puderam caminhar ou andar de bicicleta em ambientes ecológicos, durante a estimulação espaço-temporal.
Referiram os autores da investigação.
Conseguimos comprovar o que já sabemos que ocorre nos animais, que o cérebro pode chegar a ativar de forma natural a medula espinal.
Explica Grégoire Courtine.
Em estudos anteriores, usando abordagens mais empíricas, como a utilização da eletroestimulação clássica, os pacientes conseguiam caminhar e tomar decisões, mas apenas em curtas distâncias e apenas enquanto a estimulação estivesse ativa, depois voltavam ao estado de paralisia. Agora, com este tratamento inovador, mesmo quando a eletroestimulação é desligada, o paciente consegue controlar os músculos voluntariamente.

Próximos passos

A startup médica GTX, co-fundada por Courtine e Bloch, usará estas descobertas para desenvolver uma neurotecnologia adaptada com o objetivo de transformar este paradigma de reabilitação num tratamento disponível em hospitais e clínicas em todos os lugares.
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