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Grupo Abril pede recuperação judicial

Valor Econômico ·
Agosto15, 2018-


SÃO PAULO - (Atualizado às 19h38) O Grupo Abril, controlado pela família Civita e dono da maior editora de revistas do país, protocolou hoje pedido de recuperação judicial na Vara de Recuperação Judicial e Falências de São Paulo. A dívida é de R$ 1,6 bilhão.
O pedido engloba todas as companhias operacionais do grupo, incluindo Abril Comunicações e as empresas de distribuição de publicações agrupadas dentro da Dipar Participações, e de distribuição de encomendas Tex Courier.
Em comunicado, a empresa informa que o movimento se deve à necessidade de buscar proteção judicial para repactuação de seu passivo com bancos e fornecedores.
Da dívida de R$ 1,6 bilhão do grupo, cerca de R$ 900 milhões são com os bancos Bradesco, Santander e Itaú Unibanco. A fatia de cada um deles é parecida, segundo uma fonte próxima a um credor. Segundo essa fonte, as chances de recuperação dos empréstimos feitos ao Grupo Abril são remotas.
A expectativa, porém, é que a situação da empresa não tenha impacto nos indicadores de inadimplência das instituições financeiras. Como a crise da Abril vem de longa data, os bancos já provisionaram os créditos, apurou o Valor.
"A recuperação judicial era inevitável", afirma um executivo do setor financeiro. Esse interlocutor lembra que houve diversas rodadas de reestruturação da dívida da Abril ao longo dos últimos anos, mas elas não bastaram para resolver a crise porque o problema central é a perda de receitas. A leitura dessa fonte é que o grupo tem poucas chances de encontrar um comprador, já que restam poucos ativos valiosos dentro da companhia.
Há cerca de sete anos, a Abril foi orientada a vender o controle de sua empresa de logística e distribuição. Na época, porém, a família teria optado por manter a operação por considerar baixo demais o valor atribuído ao negócio. "Agora, vale muito menos", diz esse interlocutor.
Em 2015, a companhia também saiu do que havia se tornado seu braço mais rentável, a Abril Educação. A família Civita vendeu o controle desse negócio, por R$ 1,3 bilhão, à gestora de recursos Tarpon, que rebatizou a empresa de Somos Educação. Em abril deste ano, a Somos foi vendida à Kroton, a maior empresa de ensino do país.
Na semana passada, o Grupo Abril anunciou enxugamento do portfólio de publicações e demissão de centenas de funcionários. O número de títulos caiu de 24 para 15. Foram mantidas as revistas Veja, Veja São Paulo, Exame e Quatro Rodas, entre outras.
Desde 19 de julho, o grupo está sendo presidido por Marcos Haaland, no lugar de Giancarlo Civita. Haaland é sócio da Álvarez & Marsal, consultoria especializada em reestruturação de empresas. No exercício encerrado em 31 de dezembro de 2017, a Abril registrou prejuízo de R$ 331,6 milhões.
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