Fevereiro- 3, 2016
O ano de 2018 está sendo muito intenso. A retomada da economia faz com que muitas pessoas renovem a esperança de realizar sonhos que não foram realizados ao longo do tempo. É natural que nesse período começarmos, de mais otimismo, que retomemos os planos para o futuro.
A maioria dos sonhos costumam ser bem conhecidos de todos nós: abrir o próprio negócio, trocar de carro e, é claro, comprar a tão sonhada casa própria.
Desde a época das cavernas, o ser humano possui a necessidade de ter um abrigo. Foi devido a esse refúgio que nossos ancestrais conseguiram escapar das intempéries e dos animais selvagens.
Pagar aluguel é jogar dinheiro fora?
Alguns milhares de anos se passaram e nosso desejo por abrigo permanece mais vivo do que nunca. Não por acaso, muitos brasileiros fazem um esforço hercúleo para ter um lar que possam chamar de seu. Mas será que ter a casa própria é realmente tão importante assim?
Um dos principais motivos alegados por quem quer adquirir a casa própria é que “pagar aluguel é jogar dinheiro fora”. Será mesmo?
Quando se mora de aluguel, você paga um valor percentualmente muito pequeno para o dono do imóvel em troca de poder usufruí-lo. As pessoas costumam achar os aluguéis caros pelo simples fato de calcularem os valores em termos absolutos e não percentuais.
Se você mora em uma casa que vale R$ 400 mil e paga R$ 1,5 mil de aluguel, você está remunerando o proprietário a uma taxa de 0,37% ao mês. Muito pouco, não?
O problema é que a maioria das pessoas procura imóveis cujo aluguel é superior à sua disponibilidade de pagamento. Assim, não importa se o valor pago é R$ 500 ou R$ 5 mil, pois no fim do mês, vai faltar dinheiro para fechar a conta.
Você gostaria de receber menos do que a poupança te paga para emprestar seu dinheiro para alguém? Não, certo? Então como você pode achar caro pagar isso ao proprietário do imóvel em que vive?
Casamento com um financiamento de longo prazo
Outro fator que precisamos entender é que ao comprar a casa própria, você irá se casar com um financiamento bancário. E, diferentemente do que acontece na maioria dos relacionamentos, esse irá durar décadas. Você carregará uma dívida por toda a sua vida!
Ao longo de todo esse tempo, você estará pagando juros; como vivemos no país com a maior taxa de juros do mundo, isso significa que esse casamento custará muito caro para você. Afirmo, sem medo de errar, que ao patamar de juros que temos atualmente (mesmo com as recentes reduções da Selic), o financiamento imobiliário chega a ser proibitivo.
Sei o que você deve estar pensando: “Mas é melhor eu pagar R$ 1,5 mil por mês para pagar algo que é meu do que rasgar R$ 1.000 em aluguel”. Certo? Errado! Por dois motivos. O primeiro é que o imóvel só será seu depois que você efetivamente quitar, ou seja, daqui a 20, 30, 35 anos. E o segundo motivo e, talvez até mais importante, é que essa diferença de R$ 500 que pode parecer pouco, não é!
Imagine que, em vez de comprar o imóvel novo e pagar R$ 1,5 mil de prestação, você decida continuar pagando seu aluguel de R$ 1.000. Irá economizar R$ 500 todo mês para investir. Sabe quanto você teria após trinta anos, com uma rentabilidade bruta de 0,75% ao mês? R$ 922.737,03, sendo desse total R$ 742.237,03 só de juros à seu favor. Nada mal, hein?
Conclusão
Antes de comprar a casa própria, pense duas vezes! Por mais paradoxal que possa parecer, morar de aluguel pode ser uma excelente maneira de enriquecer.
É claro, respeito quem pensa diferente afinal sonhos não têm preço, mas não se deve fechar os olhos para a matemática financeira e o poder dos juros compostos.
No final, o que fará a diferença é o planejamento financeiro. No mais, lembre-se sempre que estaremos por aqui para tratar o tema de forma natural, prática e direta.
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