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CostoCondrite uma doença incomum que por vezes é confundida com Infarto. Entenda.



A costocondrite, muitas vezes chamada de síndrome de Tietze, é causa comum de dor no peito em crianças e adolescentes, sendo responsável por 10% a 30% das queixas de dor torácica em pessoas jovens. 


Além disso, mulheres com mais de 40 anos fazem parte do grupo de maior prevalência. 

Dentre os sintomas do problema, podemos citar além da dor, excesso de sensibilidade e edema local.

As opções de tratamento incluem o uso de anti-inflamatórios, mudanças de hábitos e, em alguns casos, injeções de corticosteroides. 

Apesar de ser mais comum em crianças, a costocondrite pode sim ser diagnosticada em adultos. Neste caso, o processo diagnóstico exige ainda mais cautela. 

Geralmente quando algum adulto se queixa de dor no peito, a suspeita é de que algo potencialmente grave esteja acontecendo, provavelmente um problema cardíaco. Por causa disso, é requerida uma pilha de exames, para que assim possam ser descartados outros problemas. 

Se tais testes, especialmente àqueles relacionados às doenças cardíacas, estiverem normais, os dados clínicos serão avaliados, conduzindo ou não ao diagnóstico da costocondrite. 



O que é costocondrite?


A costocondrite é uma condição inflamatória das cartilagens que ligam o osso esterno as costelas, causando dor na parede anterior do tórax. 

O prefixo “costo” vem de costela, enquanto “condr” está relacionado a cartilagem. Por último, o sufixo “ite” que se refere a inflamação. 

Apesar de dolorosa e bastante incômoda, a síndrome de Tietze não é grave. 

A costocondrite ocorre geralmente entre a primeira, segunda, terceira, quarta ou quinta costela, produzindo dor localizada e excesso de sensibilidade. Seus sintomas causam confusão entre este e outros problemas mais graves, o que costuma gerar grande preocupação. 

Na maioria das vezes não há necessidade de tratamento, já que a condição desaparece naturalmente com o tempo. Contudo, se houver piora, o médico deve ser procurado para que o tratamento adequado seja prescrito. 


Fatores de risco

Pessoas com mais de 40 anos, especialmente mulheres
Adolescentes 
Praticantes de atividades de alto impacto
Indivíduos se dedicam a certos tipos de trabalhos manuais
Pessoas alérgicas a substâncias e que são expostas a tais coisas
Portadores de artrite reumatoide
Portadores de espondilite anquilosante
Pacientes com síndrome de Reiter

Causas da costocondrite

Ainda não se conhece a causa exata para o distúrbio. Na verdade, na grande maioria das vezes a condição é considerada idiopática, ou seja, de origem desconhecida.

Sabe-se porém, que alguns fatores podem se relacionar com a inflamação, como traumas, acidentes, excesso de pressão sobre o peito, atividades menores repetitivas quando a pessoa não está acostumada, etc. 

Além disso, em muitos casos a doença aparece associada a outras comorbidades como osteoartrite, artrite reumatoide, espondilite anquilosante e fibromialgia. 

Como estamos falando de um processo inflamatório, podemos relacionada ainda como causas possíveis, infecções por vírus, bactérias ou fungos, capazes de infectar a junção das costelas, influenciando uma resposta imunológica. 

Por último, câncer e tumores benignos também podem estar relacionados. 

Em síntese, temos algumas causas possíveis, apesar de pouco conhecimento específico sobre a origem da costocondrite. Veja o resumo abaixo. 


Trauma direto no tórax
Esforço físico causado por atividade
Atividade de alto impacto
Movimentos repetitivos
Infecção na articulação esternocostal
Comorbidades 



Fisiopatologia da Síndrome de Tietze

síndrome de Tietze é definida como uma condição benigna que leva à inflamação de uma ou mais cartilagens costais. Alexandre Tietze, um cirurgião alemão, descreveu esta desordem pela primeira vez no ano de 1921.

A diferença principal entre a Tietze e a Costocondrite está no fato da Tietze geralmente causar um edema local. A manifestação clínica inicial é uma dor aguda no peito, em associação com o inchaço das cartilagens acometidas, facilmente detectáveis no exame físico.

A dor pode ser similar a de um ataque cardíaco, podendo levar à hiperventilação, ataques de ansiedade, ataques de pânico e paralisia temporária. Esta doença é considerada benigna, embora muitas vezes seja debilitante, desaparecendo dentro de 12 semanas. Contudo, em muitos casos o quadro pode ser crônico.

Para entendermos de que maneira os fatores apresentados acima se relacionam a costocondrite, é necessário conhecermos um pouco sobre a anatomia do tórax. 

A caixa torácica é uma estrutura constituída de ossos rígidos, responsáveis por proteger os pulmões e o coração. Os pulmões precisam de espaço para se expandirem durante a respiração.

Por isso, as cartilagens das costelas são formadas por um tipo de material macio e flexível, o que permite movimento. 
As causas apresentadas, cada uma delas por meio de seu próprio processo, produzem lesões que alertam o corpo sobre a necessidade de se proteger.


Essas cartilagens, chamadas esternocondrais, fazem a união das costelas ao esterno, osso localizado na região anterior do tórax, na parte central do peito.

As causas apresentadas, cada uma delas por meio de seu próprio processo, produzem lesões que alertam o corpo sobre a necessidade de se proteger. Desta forma, o nosso sistema imune é acionado, enviando células de defesa e produzindo assim o que chamamos de inflamação. 

Tais alterações explicam ainda a piora dos sintomas durante o movimento. Ao respirarmos ou no ato da tosse, movimentamos por completo a caixa torácica, o que produz alterações nessas cartilagens. Quando elas estão inflamadas, esse movimento acaba gerando dor. 



Sintomas de dor na costela



De maneira geral, sentir dor no peito deve ser motivo de cautela. Não cabe ao paciente determinar se o seu caso é um problema relacionado ao coração ou uma costocondrite.

Sem dúvidas, os principais sintomas da costocondrite são a dor e a sensibilidade. Apesar de ser predominante a dor local, alguns pacientes queixam se irradiação do peito para braços e ombros. 

Pode haver ainda vermelhidão e edema da região acometida. 

Em suma, os sintomas incluem: 
Dor aguda na parte frontal do tórax
Sensibilidade em uma articulação costocondral
Dor à palpação
Dor ao tossir
Dor ao respirar profundamente
Dificuldades para respirar 



Quando procurar ajuda médica


A consulta médica é recomendada para todos que sentirem qualquer tipo de dor na região do tórax, em especial se o incômodo for recorrente. O atendimento médico imediato é sempre ideal. 

Além disso, se você já tem um diagnóstico de costocondrite, deve procurar atendimento de emergência em casos de: 


Sentir-se fraco ou tonto
Ter a sensação de batimentos cardíacos irregulares ou muito rápidos
Sofrer com dores que pioram com o tempo e não podem ser aliviadas com uso de medicamentos
Falta de ar 
Febre superior a 38° C em um adulto
Tosse com expectoração ou sangue de cor escura 
Em casos onde a dor no peito irradia para braços, pescoço, ombros, mandíbula e costas

Como é feito o diagnóstico 

O diagnóstico da doença se dá principalmente por meio do exame físico. No entanto, como em todos os casos, o paciente passará por todas as etapas da consulta.

Geralmente os especialistas requisitados são clínicos gerais e ortopedistas, outras especialidades podem ser integradas ao tratamento. 

Muitas vezes o paciente procura primeiro o cardiologista por suspeitar de doenças cardíacos. Neste caso, o próprio médico fará a primeira avaliação e, se necessário, realizará o encaminhamento. 

Em geral, a primeira etapa da consulta é a anamnese.

O médico fará algumas perguntas importantes a respeito dos sintomas em busca de conhecer em profundidade a queixa do paciente. 
Onde está a dor?
Quando seus sintomas começaram? 
Existem fatores de piora ?
O que ajuda a aliviar a dor? 
Você tem sentido dificuldades para respirar? 
Os sintomas pioram com atividade física? 
Você teve alguma infecção respiratória recentemente? 
Você é portador de alguma outra condição médica? 
Sua família tem histórico para alguma doença? 

Além de conhecer um pouco melhor o paciente e seu histórico clínico, o especialista irá avaliar suas condições físicas. 

O médico irá mover sua caixa torácica e braços por meio de movimentos determinados com fim de tentar estimular os sintomas. 

Devido a grande similaridade entre a costocondrite e outras doenças, geralmente é necessária uma série de exames que confirmem a inflamação das cartilagens intercostais. 


Exames complementares

Os exames complementares tem como finalidade uma avaliação mais detalhada da caixa torácica, para isso, o médico dispõe de algumas boas opções. 

Seguem os testes mais utilizados para esses casos.

-Radiografia de tórax: O raio-X utiliza radiação para tirar fotos do tórax, permitindo uma visão detalhada da região, afastando outras lesões como fraturas e lesões ósseas.

-Análise de Sangue: O hemograma é muito utilizado em casos de infecções na busca por marcadores sanguíneos. Outros exames laboratoriais podem ser utilizados para afastar outras causas inflamatórias, como artrites.

-Eletrocardiograma: Este teste registra a atividade cardíaca através da medição de correntes elétricas através do miocárdio, sendo útil para atestar a saúde do coração. 

-Endoscopia: O exame, realizado por meio da inserção de um tubo fino e iluminado através da garganta, é muito utilizado na avaliação do tubo digestivo, indicado para detecção de doenças digestivas. 

–Tomografia de tórax: Utilizado em casos de dúvida diagnóstica, para avaliar costocondrite crônica e dores no peito sem outras causas. Pode ser inclusive utilizado para avaliar o pulmão, e lesões do órgão.


Diagnóstico diferencial

Não há como falar diagnóstico diferencial, sem mais uma vez citar a forte similaridade entre os sintomas da costocondrite e das doenças cardíacas. Mesmo após o diagnóstico, muitos pacientes continuam acreditando que a síndrome possa vir a progredir e atingir o órgão, o que não é verdade. 

Além das doenças do coração já citadas até aqui, devemos incluir no diagnóstico diferencial tumores, câncer ósseo, dentre outras doenças graves. 

Em alguns casos a dor é referida como mamária, sendo classificada como pseudomamária. Neste caso, o exame clínico de mastologia é necessário para descartar alguma etiologia da mama. 
Mediante a confirmação do diagnóstico, se nenhuma doença grave foi detectada, o tratamento pode ser opcional. 


Tratamento para costocondrite 

Apenas o médico pode indicar qual o melhor tratamento para cada caso. Mediante a confirmação do diagnóstico, se nenhuma doença grave foi detectada, o tratamento pode ser opcional. 

Conheça as alternativas terapêuticas mais utilizadas. 

Medicamentos 

Os medicamentos analgésicos são usados para alívio da dor leve e moderada. Além destes, os anti-inflamatórios não esteróides, como é o caso do ibuprofeno e do naproxeno, também podem trazer melhoras, em especial o alívio da dor e do inchaço. 

O uso de qualquer medicamento deve ser feito exclusivamente sob prescrição médica. Siga com cautela a orientação do seu médico e evite possíveis complicações. 


Injeções de corticosteróides

Os corticóides são muito úteis no trato da costocondrite. Esses medicamentos ajudam a reduzir a dor e o inchaço, já que controlam a inflamação. 

As injeções são feitas diretamente sobre a articulação costocondral inflamada e ao redor dela, na tentativa de controlar os sintomas da doença. 

Esse tipo de tratamento é muito indicado para pacientes com dor intensa que não tenham experimentado melhorias com o uso de medicamentos. 

O tratamento pode ser realizado por profissionais mais especializados, como médicos especialistas em dor. 

Apesar dos benefícios, o uso excessivo de injeções de corticoides pode danificar a articulação. Por isso, quando necessária uma nova aplicação, essa deve ser realizada com alguns meses de intervalo. 


Estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS)

A estimulação elétrica é um método muito útil para alívio da dor. O tratamento consiste na aplicação de uma corrente elétrica branca sobre a área afetada. Tais impulsos elétricos reduzem os sinais de dor enviados ao cérebro, além de promover relaxamento muscular. 

Este tipo de terapia estimula ainda a produção de endorfinas, hormônio conhecido como analgésico natural do corpo, o que acaba por estimular a sensação de bem-estar. 


Fisioterapia motora

A fisioterapia motora é útil para pacientes com dor torácica por costocondrite5. A fisioterapia pode ser utilizada com fins analgésicos e de reabilitação. O laser pode ser utilizado para auxiliar no controle da dor, e do processo inflamatório das costelas.

Alongamento dos membros superiores, trabalho de conscientização respiratória e mobilidade podem ser úteis para pacientes com dor crônica. Por fim, realiza-se um trabalho de fortalecimento da musculatura torácica adjacente e respiratória.


Acupuntura

Acupuntura pode ser um tratamento para ajudar na analgesia e inflamação local6.

Em muitos pacientes, surge dor miofascial (dor muscular) secundária na região, podendo inclusive resultar em dor referida (dor irradiada) na região torácica ou até para os braços.

Complicações



Muitas vezes o problema se resolve naturalmente mesmo na ausência de tratamento. No entanto, em casos mais graves, a dor pode acabar se tornando debilitante. 

Quem sofre com costocondrite crônica acaba tendo que procurar cuidados a longo prazo, em busca de assegurar que a doença não afete sua qualidade de vida. 

Dentre as complicações possíveis podemos citar: 
Fadiga
Incapacidade de descansar devido à dor
Dificuldades de concentração 
Dores de cabeça
Depressão

Em geral, sentir dor no peito é sempre motivo de preocupação. Na dúvida, não deixe de procurar ajuda médica imediata para afastar lesões e doenças mais sérias.



Referências Bibliográficas:

Proulx AM, Zryd TW. Costochondritis: diagnosis and treatment. American family physician. 2009 Sep 15;80(6):617-20. Disponível em: https://www.aafp.org/afp/2009/0915/p617.html
Chicarilli ZN, Ariyan S, Stahl RS. Costochondritis: pathogenesis, diagnosis, and management considerations. Plastic and reconstructive surgery. 1986 Jan 1;77(1):50-9.
Brown RT. Costochondritis in adolescents. Journal of Adolescent Health Care. 1981 Mar 1;1(3):198-201.
Lazaro A, Ahmed MS. Costochondritis. InMusculoskeletal Sports and Spine Disorders 2017 (pp. 171-173). Springer, Cham.
Rovetta G, Sessarego P, Monteforte P. Stretching exercises for costochondritis pain. G Ital Med Lav Ergon. 2009 Apr 1;31(2):169-71.
Lin K, Tung C. Integrating Acupuncture for the Management of Costochondritis in Adolescents. Medical acupuncture. 2017 Oct 1;29(5):327-30.
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