
Comprar tudo o que seu filho pede pode não ser bom para ele, revela estudo (Foto: Thinkstock)
Existem
brinquedos caros e brinquedos baratos. Como as crianças nem sempre tem
noção de preço ou de valor, há casos em que elas se contentam com
pedidos inusitados, como um guarda-chuva (sim, acontece!). Em outros,
principalmente quando são bombardeadas por vídeos que estimulam o
consumo na internet e na televisão, acabam pedindo itens que ficam
totalmente fora do orçamento familiar.
E aí os pais acabam fazendo de
tudo — horas extras, bicos e até mexem naquele "dinheirinho" para
emergências. Mas será que vale tudo mesmo para agradar aos filhos?
Segundo um novo relatório da T. Rowe Price (empresa
norte-americana de gestão de ativos global de capital aberto), a
resposta é: não! Os pais que tentam comprar tudo o que os filhos querem
podem, na verdade, estar fazendo mais mal do que bem a eles. A pesquisa,
realizada pouco depois da temporada de festas do ano passado, ouviu
mais de mil pais com crianças entre 8 e 14 anos.
Pouco menos da
metade (45%) dos pais admitiram que tentam comprar tudo o que está na
lista dos filhos, não importa o custo. Mas, segundo os pesquisadores,
essa atitude pode gerar dois problemas, o primeiro é financeiro. Isso
por que a maioria dos pais (59%) toma medidas drásticas para transformar
os desejos de seus filhos em realidade, gastando mais do que deveria.
Praticamente metade (48%), acaba assumindo dívidas, um em cada 10
precisa usar os fundos de emergência para cobrir as compras e outros
(7%) apelam para um empréstimo.
Em segundo lugar, as crianças que recebem tudo o que desejam estão mais propensas a desenvolverem hábitos financeiros
ruins. Prova disso, é que 69% dos pais relataram que não tiveram
sucesso em fazer seus filhos pouparem dinheiro em vez de gastá-lo
imediatamente.
A dica é ensiná-los a priorizar
De acordo com Stuart Ritter, planejador financeiro sênior da T. Rowe Price, as crianças que conseguem tudo o que querem estão perdendo a chance de praticar aspectos da administração do dinheiro. "Uma das principais habilidades que as pessoas precisam desenvolver como parte de suas vidas financeiras é priorizar e fazer concessões: diferenciar quais tipos de coisas são importantes, que tipos de coisas são menos importantes e como gerencio meu dinheiro", disse ele.
"Se
a criança está recebendo tudo o que está em sua lista, não tem a
oportunidade de passar por esse processo de priorização", explicou
Ritter. Ou seja, quando os pais atendem a todos os pedidos, os filhos
"não precisam decidir o que é mais importante e o que é menos, e
comunicar isso aos pais", concluiu.
Para Kit Yarrow, professora de marcação e psicologia na Golden Gate University, em San Francisco, é benéfico para elas aprenderem sobre o desapontamento.
Já que, segundo ela, as crianças que conseguem tudo o que querem podem
se ajustar rapidamente a essa realidade, o que pode levar a expectativas
cada vez maiores. "Isso cria adultos que não sabem lidar com o fato de
não conseguirem o que querem", disse. "Eles não são engenhosos com o
orçamento. Eles não criaram resistência ao desapontamento e, portanto,
podem entrar em dívidas de cartão de crédito, por exemplo, porque acham
que têm direito a tudo", completou.
A dica, segundo Paul Golden, porta-voz do National Endowment for Financial Education, é conversar abertamente sobre orçamento em família:
peça aos seus filhos que façam uma lista e, em seguida, sentem-se com
eles e discutam o que eles consideram uma necessidade. De uma forma
direta, isso é fazê-los entender que não podem ter tudo o que querem.
Bom para o seu bolso e bom para a educação dos filhos, certo?
Fonte:Revista Crescer
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