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Instituto coreano abrirá unidade na UnB e ofertará curso gratuito

Via: Correio Braziliense


O k-pop (pop sul-coreano), os k-dramas (dramas sul-coreanos) e a k-wave são fenômenos mundiais. Pode até ser que você nunca tenha ouvido falar disso, mas a verdade é que o interesse do Brasil e do mundo por produtos culturais da Coreia do Sul está crescendo. 

Do mesmo modo, tem aumentado a procura por cursos do idioma. A boa notícia é que a Universidade de Brasília (UnB) passará a oferecer aulas gratuitas da língua na nova unidade do Instituto Rei Sejong, que será aberta no câmpus Darcy Ribeiro. 

A iniciativa recebe apoio da Embaixada da República da Coreia e da Sociedade Korea Brazil (Kobras), que têm firmado parcerias com instituições de ensino para promover a língua e a cultura da nação asiática. As duas primeiras turmas, de teste, com 20 vagas cada uma, serão ofertadas a partir de setembro e poderão ser preenchidas apenas por alunos da UnB. 

Depois, a intenção é estender a oportunidade para a comunidade em geral, a partir de 2019. É o que explica a diretora do Instituto de Letras (IL/UnB), Rozana Reigota Naves.
“Será um curso gratuito justamente porque é o semestre de instalação e estamos nos adaptando, já que, após a implantação total, o valor do material será cobrado”, diz. “O objetivo é que haja parceria com a UnB Idiomas (que oferece coreano em alguns semestres), que é aberta para a sociedade”, aponta. Rozana conta que, graças à parceria com instituições da Coreia do Sul, intercâmbios serão facilitados. 

“O aluno que está aprendendo a língua poderá se inscrever em projetos de pesquisa ou se candidatar a editais de bolsas.” O KGSP (programa de bolsas de estudo do governo coreano para graduados, na tradução para português) é uma dessas oportunidades. “Todos os anos, cerca de 10 brasileiros são selecionados para completar seus estudos, seja de graduação seja de pós-graduação, nas mais renomadas universidades coreanas”, explica Chan-woo Kim, embaixador da República da Coreia no Brasil. 

“Todos esses programas e projetos refletem não apenas o interesse brasileiro em nosso país, mas também a nossa missão em tornar a Coreia mais próxima dos brasileiros”, completa.

Chan-woo Kim, embaixador da Coreia do Sul



O agente diplomático comemora a oferta do curso da língua materna dele na UnB. “Ao aprender o idioma coreano, acredito que seja possível compreender a milenar cultura nele inserida e entender as novas tendências culturais da Coreia, como k-pop, k-dramas e k-wave”, afirma. “E, certamente, com mais uma unidade do Instituto Rei Sejong instalada no Brasil, os dois países poderão dar um passo a mais para se tornarem ‘nações vizinhas’ por meio do idioma”, acrescenta. A entidade é um centro oficial de promoção do dialeto e da cultura do país asiático. 
A unidade na UnB será a primeira do tipo no DF e no Centro-Oeste. No Brasil existem três institutos, um no Rio Grande do Sul (São Leopoldo) e dois em São Paulo (São Paulo e Campinas). Até agora, mais de 940 alunos se formaram pelo Instituto Rei Sejong, e mais de 1.000 estão matriculados no Brasil. Atualmente há uma fila de espera com mais 300 pessoas interessadas nas aulas. Existem 174 unidades espalhadas em 57 países e em todos eles é possível estudar com o mesmo currículo padronizado.

Oportunidades

Aprender coreano não é útil apenas para entender as canções ou as novelas que usam esse idioma. O domínio linguístico também significa oportunidade de trabalho. A tradução é um ramo possível. A plataforma de streaming Netflix tem muitos conteúdos audiovisuais sul-coreanos legendados em português no catálogo, o que exige o envolvimento de alguém com conhecimento nas duas línguas. 

Os tradutores também são importantes para permitir reuniões entre representantes dos dois países e permitir a troca de documentos. Em empresas de tecnologia e do ramo automobilístico da Coreia do Sul com fábricas e unidades no Brasil, caso da Samsumg e da Hyundai Motors, quem fala coreano pode ter mais chances de contratação e ascensão. A Coreia do Sul é grande parceira comercial do Brasil. 

Nos seis primeiros meses do ano, o Brasil importou US$ 2,89 bilhões em produtos como circuitos integrados, eletrônicos, peças de veículos. Na exportação, foram US$ 1,51 bilhão, em soja, farelo e resíduos de óleo de soja, e minérios de ferro.
O domínio do idioma também possibilita oportunidades que envolvem a Coreia do Norte: apesar de toda a polêmica que ronda o país pelo fato de ser uma ditadura, a nação mantém relações diplomáticas e comerciais com o Brasil. Existe uma embaixada brasileira na capital, Pyongyang, assim como há uma embaixada norte-coreana em Brasília.

 De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2016, o Brasil foi o oitavo maior importador de produtos norte-coreanos, totalizando cerca de US$ 10,75 milhões, o que mostra a importância da ponte econômica entre as duas nações. 

O Brasil importou da Coreia do Norte, de janeiro a junho de 2018, US$ 283,46 mil, principalmente, em plástico, produtos laminados e engrenagens. O país também exportou US$ 1,48 milhão em produtos como liga de ferro, calçados e medicamentos para humanos e animais. Saiba mais no site do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic): bit.ly/comerciobrasilepaises.

Por dentro da língua

Com curso de formação de instrutores de coreano para estrangeiros pela Universidade Yonsei e certificada pelo Instituto Rei Sejong, Sandra Jang é professora da língua e dará aulas na nova unidade do instituto a ser aberta na UnB. Segundo ela, o estudo do idioma tem suas facilidades e complicações. 

“Aprender a falar é difícil, tanto como qualquer outro idioma. Tem que entender sujeito, verbo, conjugação, outras normas gramaticais”, avisa ela, graduada em ciências contábeis pela UnB e auditora empresarial pelas Faculdades AVM. Entender um alfabeto diferente, no entanto, segundo ela, não é desafio tão grande quanto parece. 

“A letra coreana é muito fácil, a pessoa começa a ler com três ou quatro aulas, mesmo sem saber falar”, explica. A maior dificuldade dos alunos costuma estar nos honoríficos. “Eles são os pronomes de tratamentos no português e são usados para falar com as pessoas mais velhas. Por serem usados nos verbos, causam uma dificuldade inicial”, explica.

Sandra é coreana e se mudou para o Brasil aos 8 anos. O nome de batismo dela é Ji Ae Jang Kim.Para poder ensinar pelo método do instituto, a professora passou pr um curso de cinco dias na Coreia do Sul, com mais de 150 instrutores de todo o mundo. Com o acesso ao estudo do idioma da Coreia facilitado em Brasília, pessoas como Anna Benedicta Gomes de Sousa, 20, terão mais um caminho para aprender. “Meu interesse pela Coreia do Sul surgiu com a música pop coreana. 

Logo depois, fui me aprofundando, comecei a ver dramas televisivos e aprender sobre os costumes e a forma como os habitantes daquele país pensam”, relata a estudante do 6º semestre de língua e literatura japonesa da Universidade de Brasília. Agora, com a notícia de que poderia aprender o idioma na instituição onde já estuda, a jovem está animada.

“Quero ter a oportunidade de viajar e aprender mais sobre a cultura sul-coreana, que é muito distinta da brasileira. Acredito também que o curso me dará oportunidades de emprego na Ásia Oriental, onde gostaria de trabalhar”, diz. “A ideia de ter aulas de coreano na UnB começou com um aluno que queria aprender e não tinha oportunidade, então ele foi até nosso professor, diretor do Núcleo de Estudos Asiáticos na universidade, e pediu um conselho. 

Esse aluno então criou um abaixo-assinado e juntou assinaturas para que desse início ao processo de integração de aulas”, destaca. Cientista social pela UnB, Bárbara Barreto, 25 anos, conta que tem interesse pela cultura da Coreia do Sul há muitos anos, mas que foi em 2012 que essa afeição tomou um rumo diferente. 

Ela estudou coreano em 2014 com uma professora nativa que mora no Guará II, mas teve de interromper os estudos por motivos pessoais depois de aprender o básico.
A chegada do curso na UnB lhe dá motivação. “A vinda do Instituto Sejong para Brasília representa para mim a possibilidade de retomada dessa jornada pela fluência no idioma”, esclarece.

 “Há seis anos, esse gosto se tornou um objeto de estudo e norteou minhas pesquisas na universidade. A partir disso, ingressei em um portal de divulgação dos costumes coreanos, chamado BrazilKorea, passei a compor um comitê cultural em Brasília (o KoreaON) e um projeto do Centro Cultural Coreano no Brasil (CCCB) de divulgação de conteúdos do país”, relata. A jovem conta que esse curso gratuito é uma oportunidade para conhecer aspectos diferentes da Brasil.

 “O Instituto Sejong é a maior e mais engajada fundação de aprendizagem do idioma no mundo, além de oferecer um ensino de qualidade e permitir que cada aprendiz tenha contato com a cultura que se estende para a vida prática e profissional”, diz.

Inscrições

A partir de 6 de agosto, alunos da UnB poderão se inscrever no curso do Instituto Rei Sejong. Acompanhe: www.unbidiomas.unb.brbit.ly/institutosejong.

Não perca

Cerimônia de inauguração
Na próxima sexta-feira (3), o Instituto Rei Sejong, a Embaixada da República da Coreia e a Sociedade Korea Brazil (Kobras) promovem evento de inauguração da nova unidade do instituto na UnB, no ICC Sul, no Câmpus Darcy Ribeiro.
Informações: bit.ly/eventocoreanounb. Confira o cronograma:
- Das 10h às 18h: exposição de fotos da Coreia, degustação de comidas típicas, jogos tradicionais, telão com vídeos sobre o país
- Às 16h: cerimônia de abertura com participação de autoridades
- Às 17h: apresentação de dança e música coreana com duas atrações vindas da Coreia especialmente para a ocasião.

Instituto Rei Sejong

Criado em 2012 pelo governo da Coreia do Sul, é responsável por disseminar os costumes e a língua do país no exterior. Informações: bit.ly/institutosejong.
Sociedade Korea Brasil (Kobras)
A Korea-Brazil Society visa promover cooperação entre Brasil e Coreia em diversas áreas como economia, cultura, arte e educação. O presidente da Kobras, Shin Won Choi, conta o objetivo da organização. “O intuito é expandir o intercâmbio e a cooperação, estreitando os laços de amizade entre as duas nações”, explica.
Informações: bit.ly/sociedadekobras.

Para aprender coreano em Brasília

Confira instituições que também oferecem aulas do idioma:
- UnB Idiomas: www.unbidiomas.unb.br
- Curso Céu Azul, no Guará: sunabrasil@gmail.com
- Igreja Evangélica Holiness Coreana: 713/913 Sul, Bloco H / 3346-5890 / holiness.org.br

Descubra a cultura da Coreia do Sul

K-pop: ritmo da Ásia
O gênero musical pop da Coreia do Sul ganhou fãs pelo mundo todo com grupos com vários membros (um exemplo é Wanna One, com 12 integrantes masculinos), músicas viciantes (como o grande sucesso de 2012 que dominou as paradas musicais do planeta inteiro, Gangnam Style, do Psy), visuais diferentes e a mistura de termos em inglês nas letras. O ritmo ganhou espaço no mercado musical mundial nos últimos 10 anos e tem se tornado febre também no Brasil. Desde o ano passado, cerca de 10 grupos sul-coreanos fizeram shows no país, e os ingressos foram totalmente esgotados.

K-dramas: dramaturgia oriental
São as novelas do país. Ficaram muito conhecidas seguindo a onda do k-pop, já que alguns ídolos musicais costumam atuar nessas produções televisivas. Uma das mais antigas e famosas é Sonata de inverno, dos anos 2000, que se tornou popular no Japão (uma quebra de paradigmas, já que havia rivalidade entre os dois países) e, depois, em outras partes do mundo. Essa novela está disponível em versão dublada no Netflix.

K-wave: Onda de influência
A onda coreana, ou hallyu, é um neologismo referente a popularização da cultura sul-coreana a partir dos anos 1990. É o movimento de exportação de conteúdos cinematográficos, musicais e culturais da Coreia do Sul para o mundo.

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