Enquanto o resto do mundo utiliza a soja como componente principal do condimento, o Brasil usa ingrediente diferente. Entenda que produto você está levando pra casa.
Um grupo de pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura e da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), ambos pertencentes a USP (Universidade de São Paulo), analisou a composição química de 70 amostras de molho shoyu produzidos no Brasil.
Em países como Japão, China e Coreia do Sul, o molho shoyu é feito através da fermentação da soja, cereais (geralmente trigo) e sal com uma mistura de fungos e leveduras.
O estudo, entretanto, concluiu que o que a indústria brasileira oferece ao consumidor não passa de um molho escuro e salgado.
Portanto, poderia ter qualquer outro nome.
Como foi feita a pesquisa
Para averiguar os componentes usados na produção do molho, os pesquisadores mediram a proporção de duas variantes do elemento químico carbonoencontradas nas amostras.
A soja é uma planta que absorve o gás carbônico da atmosfera e, sob a luz solar, produz reações químicas que geram moléculas de açúcar contendo três átomos de carbono - o processo é chamado de sistema de fotossíntese C3.
Já o milho é uma planta de via fotossintética C4, pois produz açúcares com quatro carbonos.
Esses tipos de açúcares permanecem no alimento, mesmo após seus grãos serem processados e atuam como uma assinatura química de sua origem.
Resultado das amostras
As amostras analisadas apresentaram, em média, menos de 20% de soja em sua composição e foi constatado que o milho é o principal componente dos produtos comercializados no Brasil.
Uso do milho pode estar relacionado ao seu preço
O uso do milho pode estar relacionado ao fato do produto ser consideravelmente mais barato que o grão da soja - entre 2007 e 2017, o preço médio da soja foi o dobro do preço médio do milho no país.
Legislação brasileira não compreende esse caso
Apesar dos resultados apontarem que esses produtos de produção nacional não se tratam de shoyu, de fato, a legislação brasileira não classifica isso como ilegal, já que não existe uma especificação sobre a proporção de cereais usados na fabricação do produto.
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