Lucas Braga · March 16, 2018
4G, 4G+, 4,5G, 5G… Existem muitas siglas por trás da internet que você usa no seu celular. Além das tradicionais redes 2G, 3G e 4G, surgiram nos últimos tempos as siglas de 4G+ e 4,5G e já começamos a falar bastante sobre 5G. Cada geração representa avanços em alguma característica; aprenda as diferenças de cada uma delas.
O que é o 3G
O 3G foi a primeira tecnologia celular que nasceu para levar internet rápida para os celulares. No seu primeiro padrão (WCDMA), a velocidade máxima teórica era de 384 kbits por segundo. Parece pouco, mas entenda que a primeira rede surgiu em 2002, onde a banda larga fixa mal chegava na casa dos megabits. Outra grande aposta do 3G eram as videochamadas via rede celular, mas o serviço não se popularizou.
A situação melhorou com a chegada do padrão HSDPA, com velocidades máximas teóricas de 3,6 Mb/s e 7,2 Mb/s. As Alguns países chamam o HSDPA de 3,5G. Quando as operadoras começaram a construir suas redes 3G no Brasil, o padrão adotado já era o HSDPA. Com o tempo, as operadoras brasileiras adotaram o HSPA+, que atinge velocidades máximas teóricas de até 42 Mb/s dependendo da construção da rede.
O 3G foi (e ainda é) muito importante para democratizar o acesso à internet no Brasil. Por se tratar de uma rede móvel, um modem 3G foi a salvação para pessoas que moravam onde não há presença de banda larga fixa. A tecnologia está presente em mais de 5 mil municípios brasileiros.
O que é 4G ou LTE
A rede 4G já é conhecida por mais da metade dos celulares brasileiros e está presente em mais de 3 mil cidades. Através da tecnologia LTE, ela permite tráfego de dados em velocidades superiores a de redes 2G e 3G, bem como maior eficiência de espectro (mais dispositivos conectados sem prejudicar a rede) e latência significativamente mais baixa que nas gerações anteriores.
É importante ressaltar que, no Brasil, 4G é sinônimo de LTE. Nos Estados Unidos, as operadoras optaram por utilizar o nome 4G para desginar redes HSPA+, que no Brasil são conhecidas como 3G+ ou 3G Plus. Por lá, o nosso 4G é chamado de 4G LTE. Ou seja, aqui 4G e LTE são a mesma coisa — a diferença se dá fora do país.
O que é 4G+
O 4G+ é basicamente a tecnologia 4G que já conhecemos porém com um detalhe extra: o celular se conecta simultaneamente a mais de uma frequência ou faixa de espectro. A tecnologia por trás do 4G+ é chamada de LTE Advanced.
Essa tecnologia é conhecida também como agregação de portadora (carrier aggregation), que aumenta a capacidade de transferência entre o dispositivo do usuário e a antena da operadora. Se seu celular está navegando em 4G+, significa que está utilizando mais de uma frequência.
No Brasil, as principais frequências usadas com 4G são de 2.600 MHz (banda 7) e 1.800 MHz (banda 3), além dos recentes 700 MHz (banda 28) que estão sendo liberados gradativamente com o desligamento de sinal da TV analógica. Para utilizar o 4G+, é necessário possuir um aparelho compatível com LTE-Advanced e estar em uma área de cobertura com a tecnologia. Caso não tenha 4G+ no local, o dispositivo se conectará a outra rede disponível (4G, 3G ou mesmo 2G).
O fato de uma região possuir mais de uma frequência disponível não significa necessariamente que a agregação de portadora está disponível: a operadora precisa habilitar essa tecnologia. É possível combinar mais de faixas de espectro ou frequências ao mesmo tempo, e assim surge o… 4,5G!
O que é 4,5G
O 4,5G nada mais é do que o 4G+ em suas melhores condições. O nome 4,5G é um nome comercial para a tecnologia LTE-Advanced-Pro, utilizado para diferenciar o 4G tradicional da versão com o melhor cenário.
No Brasil, quem atualmente utiliza essa nomenclatura é a Claro. única operadora com suporte a LTE-Advanced-Pro. A tecnologia permite maior velocidade de acesso à internet, que pode ultrapassar centenas de megabits por segundo. Para a operadora, o 4,5G representa três características técnicas na rede:
- Agregação de portadora: combinar três diferentes faixas de frequência, chegando ao mínimo de 30 MHz de espectro;
- MIMO 4×4: a tecnologia MIMO significa “multiple-input multiple-output”, ou seja, múltiplas entradas e múltiplas saídas. O recurso permite que a comunicação entre o dispositivo do cliente e operadora seja feita utilizando 4 antenas de transmissão e outras 4 antenas de recepção;
- Modulação 256QAM: esquema de modulação que permite maior eficiência espectral, transmitindo mais bits de dados a cada tempo. Permite que os dispositivos conectados transmitam um volume muito maior de dados simultaneamente.
É importante lembrar que a cobertura em 4,5G não está presente em todos os lugares onde o 4G existe. Além disso, são pouquíssimos os dispositivos compatíveis com 4,5G; quando o aparelho não é compatível, utiliza o 4G convencional ou 4G+. A cobertura em 4,5G é restrita a poucas cidades.
O que é 5G
O 4G e suas variantes já permitem velocidades incríveis para acesso à internet móvel, desde que as operadoras façam seu próprio trabalho. Sendo assim, não faz sentido nesse momento criar uma tecnologia para melhorar a internet do celular, e o 5G tem um foco diferente das últimas evoluções.
O objetivo básico do 5G é levar internet para dispositivos conectados(automóveis, fechaduras eletrônicas, câmeras de segurança e milhares de outras aplicações de Internet das Coisas) e viabilizar acesso de banda larga fixa com altas velocidades, sem que as operadoras precisem de fibra ou cabeamentos de cobre até o cliente.
A tecnologia traz maiores velocidades (acima de 10 gigabits por segundo), permite maior número de dispositivos conectados (1 milhão de devices a cada quilômetro quadrado) e menor latência. A rede também permite diferenciar aplicações por camada, permitindo priorizar aplicações críticas (cirurgias remotas, por exemplo) dentro do fluxo de dados.
O 5G ainda está distante da realidade, sobretudo dos brasileiros: a tecnologia só foi padronizada em dezembro de 2017 e as primeiras aplicações com a tecnologia devem surgir a partir de 2019.
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