Ariane Donegati · May 29, 2018
Sabe aquele manual que pais e mães de primeira viagem tanto querem para lidar com certos dilemas de seus filhos? Pois é… não tem. Cada criança se desenvolve de uma maneira diferente, com suas particularidades e personalidade, por isso que dificilmente você poderia aplicar regras que funcionam com os filhos dos vizinhos para seus filhos, por exemplo.
Mas ao longo desse processo de desenvolvimento existem alguns marcos que fazem com que as crianças tenham certos comportamentos e ações semelhantes. Como a chamada adolescência da criança, ou terrible two, por exemplo, fase em que a criança começa a compreender que tem vontade própria e começa a questionar pais ou cuidadores.
Assim como os terrible two, existem outros comportamentos ou fases comuns entre muitas crianças. Veja quais são e o que fazer com cada um deles.
Chorar até conseguir (ou não) o que quer
O choro é uma expressão essencial do ser humano. Quando nascemos expressamos insatisfação, tristeza, dor, fome etc por meio do choro. Essa é uma ferramenta de comunicação bastante eficaz e, portanto, é usada com bastante frequência pelas crianças. Com poucos recursos linguísticos, resta a elas o choro para exprimir uma grande insatisfação, por exemplo. E aí vem a parte complicada, quando atender ao choro?
A situação é fator determinante para você ter essa resposta. Primeiro vale entender a origem do choro. É fome, frio, cansaço, manha? Depois vem a conversa, para crianças mais velha, claro. Abaixar até a altura da criança para abraçá-la, fazendo com que ela se sinta acolhida nesse momento é uma coisa; dar o que ela quer é outra coisa. Você pode carinhosamente negar o pedido da criança e explicar o motivo, por exemplo. Ela continuará chorando? Pode ser que sim, mas isso não quer dizer que ela está em sofrimento, mas sim que está frustrada com a situação.
Rejeitar qualquer coisa que você diga
Pode ser um pedido, um conselho ou até uma ordem mesmo, lá está o “não” te esperando. Talvez você não saiba, mas as crianças passam pela chamada fase do não. Ela pode começar por volta dos 18 meses e é parte do desenvolvimento da personalidade da criança que começa a se reconhecer como uma pessoa e quer mostrar que tem suas opiniões e vontades. Além disso, ela passou um tempão ouvindo de todos os adultos vários “nãos” e aprendeu que essa palavra tem poder e agora quer usá-la também.
Greve de fome
Ok, a palavra greve se aplica para poucas crianças, na maioria das vezes o que elas fazem mesmo é negar a maior parte dos alimentos que você oferece e ser extremamente criteriosas sobre o que comerão. Essa é uma negação de difícil negociação e cada família acaba criando seus acordos para fazer com que a criança se alimente da melhor forma possível. Acontece que essa negação não tem a ver somente com o alimento, é mais uma forma que a criança tem para se reafirmar como um ser independente dos pais. Nessas horas vale uma negociação do tipo: temos cenoura ou couve-flor, qual dos dois você vai comer? Dar duas opções para a criança é uma forma de facilitar a escolha dela, muito melhor do que “o que você quer comer?”; além de você ainda estar no controle da situação, mas deixando que ela também expresse sua opinião.
Fugir correndo do banho
Quando ele era bebê amava a hora do banho, fica mais tranquilo e adorava ficar ali brincando com a água. Mas, à medida em que foi ficando mais velho, esse momento virou um terror na casa. Pense bem, a criança está se divertindo com seus brinquedos preferidos, músicas, desenhos, entre pessoas que ela gosta e aí tem que parar tudo para tomar banho. É realmente chato. Por isso que uma das táticas mais usadas é transformar o momento do banho e mais uma brincadeira para a criança. Com brinquedos que ela goste, livros emborrachados ou até com uma história de faz-de-conta, em que ela tem que ir para o fundo do mar para uma missão, por exemplo.
Sem sono
É claro que as crianças têm sono, para se desenvolverem plenamente devem, inclusive, dormir mais horas que nós adultos. Mas aqui acontece algo bem parecido com a hora do banho, as crianças estão no meio de uma brincadeira, com o cérebro programado para ficar em alerta, e aí vem o comando externo: já pra cama.
Por mais cansados que eles estejam, não vai ser fácil dormir porque a cabeça ainda está conectada com a atividade anterior. E aí vem o choro (dos dois lados), a irritação, manhas… E é por isso que a rotina impera quando o assunto é criança, a hora do sono deve começar antes da criança ir pra cama. Escolhendo atividades mais tranquilas e com pouquíssimo estímulo pelo menos uma hora antes de colocá-las na cama. Vá deixando o ambiente mais propício para isso também, com menos luzes acesas e com menos barulhos. Ainda assim, ela vai querer travar batalhas para não dormir, mas o dia a dia ficará mais fácil.
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