Essas são algumas das conclusões de uma pesquisa feita pela startup de apoio aos estudos EduQC, especializada em conteúdo para concursos públicos.
- Tempo é um recurso escasso, então o aluno tem de encontrar formas de tirar o melhor proveito de cada hora que dedica para estudar. Queríamos descobrir quais as formas e as técnicas mais eficientes para se fazer isso.
Mais de 30 mil simulados analisados
A pesquisa analisou mais de 30 mil simulados feitos ao longo de dois anos e meio por uma parte dos cerca de 4.000 concurseiros que já usaram a plataforma de estudos. A cada simulado, o aluno tinha de responder também quantas horas estudou por semana e que métodos usou: aulas presenciais, vídeos, áudios, leituras, resumos, prática de exercícios etc.
Depois, a empresa cruzou os dados da evolução dos alunos nas provas com as informações sobre as metodologias de estudo adotadas por eles. Isso permitiu medir quais técnicas resultaram em um aprendizado mais veloz e eficiente.
O que é melhor: teoria, prática ou revisão?
Revisar mostrou ser, de longe, a melhor forma de apreender um conteúdo e convertê-lo em acertos e numa boa pontuação no final, nas provas, segundo Maia. "São pessoas que fazem resumos, fichas, mapas mentais, que reescrevem com as próprias palavras aquilo que aprenderam", disse.
Segundo o levantamento, os alunos que tinham o hábito de fazer revisões evoluíram 45% mais rápido nas notas dos simulados do que aqueles que apenas ficaram na teoria --leram livros ou viram vídeos ou aulas presenciais, sem se debruçar novamente sobre esse conteúdo depois.
No meio do caminho, ficaram aqueles que fizeram exercícios para colocar em prática o aprendizado, por meio de simulados, testes e treino de questões discursivas. A velocidade de aprendizado nestes casos foi 37% superior ao daqueles que ficaram só na teoria.
A evolução foi maior e mais rápida para quem fez exercícios práticos, em vez de apenas ler ou assistir a aulas, e melhor ainda para quem produziu material próprio a partir do que havia aprendido, para depois revisar o conteúdo.
Ouvir áudio na academia adianta?
O levantamento mostrou ainda que, entre as formas de aprender um conteúdo, aulas em áudio são menos eficazes. "É a pessoa que coloca um áudio sobre a disciplina para ouvir no fone enquanto faz academia e acha que estudou", disse Maia. Na outra ponta, a escrita --produzir resumos dos conteúdos em palavras próprias-- é a forma mais eficiente.
Aulas presenciais e em vídeo também melhoram os resultados: alunos que frequentaram algum curso presencial tiveram, em média, uma velocidade de aprendizado 15% superior à daqueles que apenas ouviram áudios sobre os conteúdos. Para os que aprenderam por vídeo, esse rendimento foi 32% maior.
Quem produziu resumos e materiais escritos, por sua vez, aprendeu 44% mais rápido do que os colegas que ficaram só nos áudios.
Em outras palavras, uma pessoa que estuda fazendo resumos e escrevendo aprenderá em sete meses o que aquele que só ouve as aulas levará dez meses para aprender.
Victor Maia, engenheiro e fundador da EduQC
Victor Maia, engenheiro e fundador da EduQC
Estudar horas demais vale a pena?
Maia afirmou ainda que há um número ideal de horas a se estudar por semana: em torno de 36. Quem estudou menos teve, em geral, resultados piores nos simulados. Porém, aqueles que estudaram a mais também não ganharam pontos extras. "Não fez muita diferença nos resultados estudar mais do que isso", disse Maia.
Até 36 horas por semana há um aumento no rendimento, mas, daí para frente, o resultado fica muito parecido. Há gente que estuda 70 horas [dez horas por dia] e não teve resultado melhor por isso.
Victor Maia, engenheiro e fundador da EduQC
Victor Maia, engenheiro e fundador da EduQC
Dá para tirar uma folguinha?
A mesma lógica também vale para o número de dias por semana reservados aos estudos: o número ótimo é seis.
Quem estudou cinco dias foi melhor do que quem estudou quatro, e quem estudou seis foi melhor do quem estudou cinco. Mas quem estudou sete não ganhou nada em relação a quem estudou seis e, inclusive, vai até um pouco pior.
Victor Maia, engenheiro e fundador da EduQC
Victor Maia, engenheiro e fundador da EduQC
Quer dizer, uma janela de descanso tem também a sua parcela de colaboração nos resultados.
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