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Na metade de junho deste ano, a atriz e humorista australiana Hannah Gadsby ganhou o mundo. Ela é a voz, a mente e o corpo do espetáculo de stand up Nanette, da Netflix. No show de pouco mais de uma hora, ela subverte a lógica tradicional da comédia ao falar sobre sua homossexualidade, história da arte, saúde mental, violência sexual, movimento #MeToo e como não está mais disposta a fazer piadas autodepreciativas – Hannah mostra como ela sempre causou tensão nos ambientes que habitava, tira esse peso dos próprios ombros e joga a tensão no colo do público. “Essa tensão é de vocês. Eu não vou mais ajudar a se livrar dela. Vocês precisam aprender como é sentir isso”, afirma. É essa jogada de honestidade que a fez virar assunto em todo o planeta e o que tornou seu show um must see do nosso tempo.
Tanto a plateia da Opera House de Sidney onde o programa foi gravado, quanto os espectadores que assistiram ao monólogo deitados no sofá de casa foram atingidos pelo sensível e habilmente construído lastro de tensão, humor e indignação da atriz. Apesar de ela estar se aposentando da comédia, o show foi tão bem recebido pelo público e pela crítica que sua pontuação no IMDb supera as notas do também sucessos da Netflix BoJack Horseman, Master of None e Orange is the New Black.
Hannah conta como ter crescido em uma região muito religiosa da Tasmânia conhecida como Bible Belt (“cinturão da Bíblia”, em português) foi nocivo para sua autoestima e para sua construção da sua identidade – ser gay foi considerado crime na Ilha no sudeste da Austrália até 1997. Ou seja, as pessoas com quais ela convivia na pequena cidade onde morava não só achavam que a orientação sexual dela era “pecado”, como também configurava uma conduta ilegal. Duas palavras para mascarar a homofobia.
Felizmente, Hannah tem usado essa repressão como matéria-prima para sua arte. É claro que o caminho até que ela canalizasse o repertório de rejeição que sofreu ao longo da vida não foi agradável, como bem desabafa no monólogo. Rejeição que é reforçada por mais de 70 países em que a orientação sexual de alguém pode ser ilegal, ser motivo de punição física e prisão.
Aqui, reunimos informações sobre direitos dos homossexuais em diversos lugares do planeta com base nos levantamentos da plataforma colaborativa Equaldex.Quem dera mais espectadores – e legisladores – compreendessem o que Hannah Gadsby expõe em Nanette.
Homossexualidade
A Guiana é o único país da América do Sul onde ser gay é crime.
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Casamento
No Paraguai, Bolívia, Venezuela e Suriname, o casamento homoafetivo não é reconhecido. Na Guiana e nas Ilhas Malvinas, é ilegal.
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No Paraguai, Bolívia, Venezuela e Suriname, o casamento homoafetivo não é reconhecido. Na Guiana e nas Ilhas Malvinas, é ilegal.
Adoção
Chile, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Venezuela, Guiana e Suriname só permite que pessoas gays adotem se estiverem solteiras. No restante dos países do sul do continente, casais homossexuais podem ter filhos adotivos.
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Serviço militar
A Venezuela é a única nação da América do Sul a não permitir que gays prestem serviço militar.
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Leis de Proteção
Paraguai, Peru, Guiana e Suriname são os lugares da América do Sul onde não há leis que protejam os cidadãos contra discriminação pela identidade de gênero ou orientação sexual.
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