Type Here to Get Search Results !

ANUNCIO

Novo Capítulo na guerra de Decisões: Presidente do TRF-4 mantém Lula preso

Via: Metrópoles

Atordoado por uma sucessão de decisões jurídicas contraditórias, o país assistiu neste domingo (8) a um juiz, dois desembargadores e um presidente de tribunal duelarem pela primazia de dar a palavra final sobre a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Da manhã ao início da noite, Lula obteve no Tribunal Federal da 4ª Região (TRF4) três despachos favoráveis a sua soltura e viu, um a um, todos serem revogados. 

Enquanto os magistrados discutiam entre si quem tinha a competência para julgar um habeas corpus para o petista, a Polícia Federal (PF) se negou a soltá-lo até manifestação do presidente da Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz. Às 19h30min do domingo, ele pos fim à confusão, determinando que Lula permaneça preso na Superintendência da PF em Curitiba, onde cumpre pena desde 7 de abril. "A situação de conflito positivo de competência em sede de plantão judiciário não possui regulamentação específica e, por essa razão, cabe ser dirimida por esta Presidência", justificou.





— Houve um imbróglio deplorável, decisões fora de padrão, um total desserviço ao Judiciário e à sociedade, que não sabe quem pode decidir isso ou aquilo. Uma briga entre juízes é um conflito desnecessário e inoportuno — comenta o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ex-presidente do TRF4, Gilson Dipp. 



Filiado ao PT
O desembargador Rogério Favreto foi filiado ao PT por quase 20 anos. Ao que tudo indica, os três parlamentares autores do habeas corpus aguardaram o plantão do magistrado para entrarem com o HC.
Favreto foi nomeado ao TRF-4 por Dilma Roussef. O desembargador é um dos mais críticos contra a Lava Jato. Ele foi o único a votar, em 2017, pela abertura de um processo disciplinar contra o juiz federal Sérgio Moro, alegando “índole política”.
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso afirmou que a decisão ordenando a soltura de Lula é “teratológica”, ou seja, absurda juridicamente. Para o ex-ministro, foi correta a revogação do habeas corpus concedido pelo desembargador Rogério Favreto, então derrubado pelo colega e relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), João Pedro Gebran Neto.
“A decisão é teratológica, portanto fez muito bem o juiz Sérgio Moro de fazer as ponderações, não é possível que a cada momento se tomem decisões que contrariem e afrontem a lei”, afirmou o ex-ministro, que deixou o STF em 2006.
Velloso destacou que foi o próprio TRF-4 quem autorizou Moro a decretar a prisão de Lula, em abril, quando o petista passou a cumprir pena na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. “Foi impetrado um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que denegou. Também ao Supremo Tribunal Federal (STF), que denegou”, recorda o ex-ministro, para quem a decisão de soltura desrespeita as instâncias superiores da justiça.


Tags

ANUNCIO

ANUNCIO

ANUNCIO