Por: Érica Montenegro- 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 31 mar 2005, 22h00
É o procedimento usado para disfarçar a origem de recursos ilegais.
Quando alguém ganha dinheiro de forma ilícita – por exemplo, com crimes
como tráfico de drogas, contrabando, seqüestro e corrupção – não pode
simplesmente sair torrando a grana. Tem de armar estratégias para
justificar a fonte e, assim, evitar suspeitas da polícia ou da Receita
Federal.
A expressão “lavar dinheiro” surgiu nos Estados Unidos para designar um tipo de falsificação de dólares que incluía colocar as notas na máquina de lavar para que adquirissem aparência de gastas. De lá para cá, a “lavanderia” sofisticou seus métodos. A integração do sistema financeiro mundial permite que os recursos viajem entre contas bancárias de diferentes países em questão de segundos e, assim, o dinheiro sujo acaba incorporado à economia formal.
De acordo com o FMI, de 2,5% a 5% do PIB (produto interno bruto) de cada país no mundo têm origem ilícita. No Brasil, isso equivale a um montante de 37,5 bilhões a 75 bilhões de reais.
Vantagem: A movimentação na conta bancária de uma empresa não costuma levantar suspeitas
Pista: Movimentar somas incompatíveis com a natureza do negócio pode chamar a atenção
Vantagem: O dinheiro originário de um banco pode ser reinvestido sem levantar suspeitas
Pista: Sucessivos empréstimos, e facilidade para saldá-los, podem levantar suspeitas
Vantagem: Em caso de fuga, esses objetos são transportados facilmente
Pista: Várias compras e revendas de objetos caros, feitas por pessoas que não podem comprovar a fonte do dinheiro
Vantagem: É muito difícil encontrar o verdadeiro dono do dinheiro
Pista: Nenhuma
Vantagem: É um método simples, mas não pode ser usado abusivamente. Afinal, ninguém (além do ex-deputado João Alves) ganha 200 vezes na loteria
Pista: O nome de sortudos repetidos costuma ser enviado ao Ministério da Fazenda
Fontes consultadas: Paulo Falcão, delegado-chefe da Divisão de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal, e Antônio Gustavo Rodrigues, presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Ministério da Fazenda
A expressão “lavar dinheiro” surgiu nos Estados Unidos para designar um tipo de falsificação de dólares que incluía colocar as notas na máquina de lavar para que adquirissem aparência de gastas. De lá para cá, a “lavanderia” sofisticou seus métodos. A integração do sistema financeiro mundial permite que os recursos viajem entre contas bancárias de diferentes países em questão de segundos e, assim, o dinheiro sujo acaba incorporado à economia formal.
De acordo com o FMI, de 2,5% a 5% do PIB (produto interno bruto) de cada país no mundo têm origem ilícita. No Brasil, isso equivale a um montante de 37,5 bilhões a 75 bilhões de reais.
Lavanderia nacional
Conheça os 5 jeitos mais comuns de se lavar dinheiro no Brasil
Empresas de fachada
Criminosos abrem uma empresa em nome de um laranja, num ramo que lida
com bastante dinheiro em espécie, como bingo ou restaurante. O dinheiro
sujo entra na conta corrente da empresa como tendo sido obtido com os
serviços e, por isso, fica limpoVantagem: A movimentação na conta bancária de uma empresa não costuma levantar suspeitas
Pista: Movimentar somas incompatíveis com a natureza do negócio pode chamar a atenção
Empréstimos faz-de-conta
Um integrante da quadrilha pede empréstimo no banco e usa, como
garantia, imóveis, investimentos ou ações obtidos com dinheiro sujo. O
banco concede o empréstimo e limpa, sem querer, os recursos ilegaisVantagem: O dinheiro originário de um banco pode ser reinvestido sem levantar suspeitas
Pista: Sucessivos empréstimos, e facilidade para saldá-los, podem levantar suspeitas
Compra de jóias, pedras preciosas ou obras de arte
Método bastante usado, já que vendedores de objetos valiosos não
costumam questionar sobre a origem do dinheiro. Para limpar a grana,
basta revender os quadros ou jóiasVantagem: Em caso de fuga, esses objetos são transportados facilmente
Pista: Várias compras e revendas de objetos caros, feitas por pessoas que não podem comprovar a fonte do dinheiro
Paraísos fiscais
Criminosos compram empresas em paraísos fiscais – como são conhecidos
os países que guardam sob sigilo todas as informações financeiras de
quem tem conta em banco. Assim, é difícil ligar o dinheiro da empresa ao
criminoso que detém as ações. Depois, basta reinvesti-lo através de
bancos no BrasilVantagem: É muito difícil encontrar o verdadeiro dono do dinheiro
Pista: Nenhuma
Conto do bilhete premiado
Alguém com acesso ao nome dos premiados da loteria informa o
criminoso, que procura o sortudo e oferece uma quantia ainda maior para
comprar o bilheteVantagem: É um método simples, mas não pode ser usado abusivamente. Afinal, ninguém (além do ex-deputado João Alves) ganha 200 vezes na loteria
Pista: O nome de sortudos repetidos costuma ser enviado ao Ministério da Fazenda
Fontes consultadas: Paulo Falcão, delegado-chefe da Divisão de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal, e Antônio Gustavo Rodrigues, presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Ministério da Fazenda
Dicionário do dinheiro sujo
Paraísos fiscais
Países onde a tributação de renda é inferior a 20% do patrimônio. As frouxas regras bancárias atraem muitos criminosos.
Empresas offshore
São empresas de investimento – proibidas de produzir qualquer coisa
no território do país onde estão – localizadas quase sempre em paraísos
fiscais.
Laranja ou testa-de-ferro
Alguém que empresta/aluga seu nome para que outra pessoa movimente contas bancárias, abra empresas ou compre imóveis.
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